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Epigenética do diabetes tipo 2

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Um grupo de pesquisadores da Universidade de Lund (Suécia), realizou dois importantes estudos sobre diabetes tipo 1 e 2, um em 2018 e o mais recente em 2021, esse último envolvendo padrões epigenéticos em indivíduos com diabetes tipo 2.

A diabetes tipo 2 é uma doença crônica complexa que ocorre quando o corpo não é mais capaz de produzir insulina suficiente ou usá-la efetivamente. Segundo a International Diabetes Federation, o diabetes é uma doença que afeta mais de 16,8 milhões de brasileiros, além de ser muito comum, pode causar severas complicações, tais como as amputações, hemodiálise ou perda da visão, além de infartos ou derrames.

No artigo publicado na edição de maio da revista Diabetes Care, da American Diabetes Association, o grupo de pesquisadores apresentou os resultados do estudo que demonstrou a possibilidade de classificação do diabetes tipo 2 (T2D) em 4 subgrupos, por meio da avaliação de padrões epigenéticos: diabetes grave com deficiência de insulina (SIDD), sigla do inglês), diabetes grave resistente à insulina (SIRD, sigla em inglês), diabetes leve relacionado à obesidade (MOD, sigla em inglês) e diabetes leve relacionado à idade (MARD, sigla em inglês).  Cada classificação é caracterizada por diferentes graus de risco para o desenvolvimento das complicações, inerentes à doença.

Para chegar a essas classificações, os pesquisadores avaliaram se havia diferença no nível de risco de metilação do DNA dos pacientes, em cada subgrupo, e se o subgrupo exclusivo de escore de riscos de metilação (MRSs, sigla em inglês), poderia predizer a ocorrência das complicações da TD2.
 
A epigenética refere-se a todas as mudanças reversíveis e herdáveis no genoma funcional que não alteram a sequência de nucleotídeos do DNA e que podem ocorrer segundo três mecanismos principais, conhecidos como alterações epigenéticas, que são a metilação do DNA, as modificações de histonas e a ação de RNAs não codificadores. A metilação do DNA, avaliada no estudo, consiste na adição de um grupamento metil na citosina que geralmente precede a uma guanina (dinucleotídeo CpG), e está presente principalmente em regiões promotoras dos genes.

O estudo avaliou as metilações do DNA em 800.000 locais no genoma de 533 indivíduos diagnosticados com a doença, de um grupo populacional na Suécia. Os resultados mostraram que os quatro subgrupos tinham diferentes níveis de metilação do DNA em 4.465 locais.

De acordo com o artigo, a partir dos resultados obtidos, foi possível identificar diferentes padrões epigenéticos entre os subgrupos TD2, que mostrou haver uma associação com futuras complicações diabéticas, dando embasamento para a reclassificação do diabetes e para a necessidade da aplicação da medicina de precisão em subgrupos de indivíduos com diabetes tipo 2. Eles pretendem estender o estudo para outros grupos populacionais, assim como avaliar a metilação do DNA em outros tecidos.
30/05/2022
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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