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RNAm, nas vacinas contra SARS-CoV-2

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Apesar do aparente controle da disseminação do vírus por alguns países asiáticos e europeus, a COVID-19 ainda causa milhares de mortes em todo o mundo e consequentemente, a sobrecarga dos sistemas de saúde público e privado, assim como também enormes prejuízos de ordem socioeconômica e em escala global.

Tendo em vista a urgência que esse contexto está gerando, várias instituições de pesquisa e diversas empresas, estão despendendo tempo e expressivos investimentos na busca por uma vacina com elevadas, eficácia, segurança e imunogenicidade.

Algumas vacinas já desenvolvidas por três empresas privadas, alemã, estadunidense e chinesa, e que estão em fases avançadas de testes, têm como base tecnológica o uso do RNAm, ácido nucléico responsável pela síntese proteica.

Como resultado desses esforços, estão sendo desenvolvidas e testadas possíveis vacinas que foram denominadas BNT162a1, BNT162b1, BNT162b2 e BNT162c2. Duas delas, a BNT162a1 e BNT162b2, ambas com o RNAm modificado (RNAmod). A BNT162a1 possui o RNAm contendo a base nitrogenada uridina (RNAu). A BNT162b1 codifica um antígeno para um receptor contendo um domínio de ligação (receptor binding domain - RBD) otimizado para SARS-CoV-2. A BNT162b2 contém um RNA auto amplificado (saRNA) e codifica um antígeno otimizado para a proteína Spike (S) completa, do SARS-CoV-2.  

Em todos os casos foi utilizada, de forma combinada, uma formulação de nanopartículas de lipídios à estrutura de cada RNAm e incluída uma longa sequência de proteína Spike (S), porém o RBD dessa proteína, foi incluído em apenas duas delas.     

O estágio de desenvolvimento dessas possíveis vacinas já permite que as mesmas sejam usadas em testes clínicos, como foi o caso de uma subsidiária da empresa chinesa, que recebeu essa autorização com a BNT162b1, pelo NMPA (China’s National Medical Products Administration) e das norte americana e alemã para a BNT162b1 e BNT162b2, pelo FDA (Food and Drug Administration).

Em entrevista publicada na edição de maio (18) da revista GEN, a equipe de pesquisadores responsáveis pelo relatório provisório de fase I e II do estudo realizado em adultos entre 18 e 55 anos, para descrever a segurança e a imunogenicidade da possível vacina BNT162b1, relatou que os resultados obtidos foram bastante satisfatórios e encorajadores para uma produção rápida da vacina. O estudo foi publicado na edição de julho (01) da revista medrRxiv.

Além dessas empresas, outra, também norte americana de biotecnologia, segue seus estudos para o desenvolvimento de uma vacina contra o SARS-CoV-2, denominada RNAm-1273. Essa é uma vacina de RNAm encapsulado por nanopartículas lipídicas (LNP) que codifica para uma forma estabilizada da proteína Spike (S).

Em um estudo preliminar, publicado na edição de julho (14) da revista The New England Journal of Medicine (NEJM), os pesquisadores comprovaram a segurança e imunogenicidade da vacina RNAm-1273, o que possibilitou a continuidade das pesquisas para testes clínicos mais avançados.

A partir desse estudo, no qual foram realizadas duas vacinações, os cientistas puderam constatar que a vacina RNAm-1273 induziu uma reposta imune ao vírus SARS-CoV-2 em todos os participantes, não tendo sido identificados problemas que pudessem ser um limitador nos estudos.

Com os resultados obtidos até o momento, a equipe de pesquisadores acredita que haja boas perspectivas de iniciar, nas próximas semanas, a fase III de estudo clínico.

03/08/2020
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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