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Inflamação no cérebro pode estar ligada a autismo

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Determinados tipos de inflamações, presentes nos tecidos cerebrais, podem estar intimamente ligadas ao autismo, de acordo com estudo realizado recentemente por pesquisadores da Universidade John Hopkins, na Califórnia (EUA).

A pesquisa  mostra que o cérebro de algumas pessoas autistas possui claros sinais de inflamação, sugerindo uma relação entre a doença e a ativação do sistema imune do indivíduo. Não se sabe, no entanto, se estas inflamações poderiam ser a causa ou apenas um efeito decorrente das alterações no cérebro dos autistas.

“Os estudos reforçam a teoria de que a resposta imune no cérebro está envolvida com autismo, mas ainda não é claro se a inflamação é uma conseqüência da doença ou uma causa dela, ou ambos”, diz o Dr. Carlos Pardo-Villamizar, um dos autores do estudo. Mesmo assim, a pesquisa deverá servir como referência para o desenvolvimento de novos tratamentos, afirmou o pesquisador.     Os cientistas já haviam encontrado indícios de que o sistema imune estava ligado à doenças, mas nada que pudesse comprovar a teoria. “Desta vez, ao invés de observarmos o sistema imune como um todo, nos focamos nas respostas imunes do sistema nervoso, um conjunto menor e relativamente fechado”, disse Villamizar.    Resultados    “As descobertas sugerem que a inflamação é localizada em regiões específicas da cabeça, e não causada por anormalidades do sistema imunológico fora do cérebro”, explicou a Dra. Diana L. Vargas, líder da equipe de pesquisas. Agora, a médica e seus colegas procuram estudar como a herança genética de pacientes e famílias pode influenciar as reações no cérebro dos autistas.

Na pesquisa, os médicos examinaram tecidos de diferentes regiões do cérebro em onze pessoas que possuíam autismo -mortas em acidentes, com idades entre cinco e 44 anos. Eles também mediram os níveis de duas proteínas características do sistema imune -as chemoquinas e as citoquinas- em seis pacientes vivos, portadores de autismo, com idades entre cinco e doze anos. 

Comparados com o cérebro de pessoas normais, os cérebros dos autistas apresentavam processos inflamatórios em diversas regiões, produzidos por células conhecidas como microgliais e astrogliais. Estas células, que fazem parte do sistema nervoso, auxiliam na fixação dos neurônios e na retirada de detritos resultantes de inflamações, lesões ou doenças.

Além disso, os pesquisadores descobriram que os níveis das proteínas eram muito maiores nos autistas do que em pessoas comuns. As citoquinas e chemoquinas são encontradas no Líquor Cérebroespinhal – a substância que recobre e protege o cérebro e medula espinhal.

A doença é causada por uma desordem na formação do cérebro, ainda na infância. De acordo com a Associação Americana de Neurologia, o mal afeta entre duas e cinco crianças a cada mil nascidas, e possui quatro vezes mais chances de ocorrer em meninos do que em meninas.     Crianças com autismo podem possuir problemas de relacionamento social e comunicação, além de geralmente realizarem movimentos repetitivos e estabelecerem ligações incomuns a determinados objetos e rotinas.  
17/11/2004
 

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