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Identificado marcador metastático

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A parceria internacional entre os pesquisadores do Departamento de Oncologia do Hospital A.C. Camargo, São Paulo, Ricardo Renzo Brentani e Rafael Malagoli Rocha com o grupo liderado por Radhu Kalluri, do Centro Médico Beth Israel Deaconess, pertencente ao hospital universitário da Faculdade de Medicina de Harvard, EUA, resultou na obtenção de importantes informações sobre o processo de metástase - processo pelo qual o câncer se espalha a partir do local em que surgiu pela primeira vez como um tumor primário, para locais distantes no organismo.

Os resultados do estudo intitulado VEGF-A and Tenascin-C produced by S100A4+ stromal cells are important for metastatic colonization, foram publicados na edição de setembro da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

É sabido que o aumento do número de células S100A4 está associado com um prognóstico ruim em pacientes com câncer, porém o grau de importância das células estromáticas no processo de metástase ainda é pouco compreendido. Essa lacuna despertou o interesse dos pesquisadores que, para estudar a contribuição dessas células na metástase, realizaram experimentos que foram divididos em duas fases.

Na primeira, ocorrida em Harvard, os cientistas utilizaram dois grupos de camundongos, um deles com animais transgênicos que não expressavam a proteína S100A4 e o outro controle, capaz de expressá-la. O objetivo dessa etapa inicial foi o de observar as diferenças entre os dois grupos quanto à produção de VGEF-A (sigla em inglês para fator de crescimento do endotélio vascular) e quanto ao aparecimento de vasos e metástases.

De acordo com o estudo, o surgimento de metástases se deve fundamentalmente pela presença do VEGF-A, produzido por células do estroma – tecido conectivo que dá sustentação às células funcionais dos órgãos – e que são positivas para o marcador S100A4.

Na etapa seguinte, molecular (in situ) dos experimentos, realizada no Laboratório de Anatomia Patológica do Hospital A.C. Camargo, os pesquisadores fizeram testes imunohistoquímicos para identificar a quantidade da proteína S100A4 expressa nos fibroblastos estromais.

A partir dessas análises foi possível verificar o aparecimento do VEGF-A em células do estroma, basicamente fibroblastos, que fazem parte da matriz extracelular, o que demonstra que elas têm um papel decisivo na colonização metastática. O que chamou mais a atenção é que os fibroblastos responsáveis pela produção do VEGF-A podem ser positivos para o marcador S100A4.

O que se pode concluir do estudo é que os fibroblastos positivos para S100A4 são fundamentais para a colonização metastática, já que são um ótimo meio de estímulo a esse processo. De acordo com os achados histoquímicos, é possível também prever que pacientes irão produzir mais vasos sanguíneos, tornando-os mais suscetíveis ao processo metastático.

23/09/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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