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Bactéria contra tumores sólidos

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A utilização de outros organismos para ajudar a destruir tumores sólidos, pode se tornar uma arma eficiente na cura de alguns tipos de cânceres e com menores danos para as células normais do paciente.

Diversos estudos vêm utilizando microrganismos, como as bactérias, por exemplo, para tratar essa doença de forma a minimizar os efeitos das terapias convencionais e maximizar a eficiência de destruição das células tumorais. Um deles, recentemente desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Nottingham, Inglaterra, e da Maastricht, Holanda, utilizou uma cepa da bactéria Clostridium sporogenes, comumente encontrada no solo.

Elas se caracterizam pela forma de bastonete, por serem anaeróbios estritos, ou seja, vivem em ambientes sem oxigênio, e aerotolerantes. São produtoras de endósporos, podendo ser encontradas no solo, na água, na flora do trato gastrointestinal do ser humano e de diversos animais. Algumas espécies de Clostridium são agentes causadores de doenças. O endósporo é uma estrutura dormente, rígida, e não-reprodutiva, que tem como função primária, na maior parte da vezes, garantir a sobrevivência da bactéria por períodos de estresse ambiental.

Aproveitando essas características, principalmente pelo fato desses microrganismos crescerem em ambientes sem oxigênio, os pesquisadores injetaram os esporos da bactéria em pacientes com tumores sólidos, local onde essas estruturas bacterianas encontram as condições ideais de anaerobiose para crescer e produzir uma determinada enzima. Após essa primeira etapa, é injetada no paciente uma droga anticâncer na forma inativada que, ao chegar no tumor, entra em contato com a enzima bacteriana tornando-a ativa e destruíndo apenas as células defeituosas.

Para otimizar o efeito do tratamento e permitir que essa terapia pudesse entrar em ensaios clínicos, os cientistas introduziram um gene no DNA da bactéria afim de produzir uma enzima muito mais eficaz. Dessa forma, ela poderá ser sintetizada em maior quantidade no tumor e com maior eficiência na conversão da droga da forma inativa para a ativa. Uma das vantagens desse fenômeno é que por ser natural, não requer alterações fundamentais e por ser totalmente específico, possibilitará a eliminação das células tumorais sem que as saudáveis sejam atingidas.

A espectativa dos cientistas responsáveis pela pesquisa é de que a bactéria seja utilizada em ensaios clínicos a partir de 2013. Caso os resultados sejam satisfatórios, será possível adotar essa metodologia como uma das principais para o tratamento de tumores sólidos, sem no entanto, lançar mão das terapias convencionais, que se somadas à primeira, podem aumentar ainda mais a eficácia no combate a essa doença.

09/09/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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