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Receptor do vírus Ebola é identificado

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O vírus Ebola é o patógeno que causa a Febre Hemorrágica Ebola (FHE), uma das doenças mais virulentas conhecidas pela humanidade. Altamente fatal, resulta no rompimento de células, gerando tromboses e hemorragias.

Uma equipe de pesquisadores liderada pela professora associada do Carver College of Medicine da Universidade do Iowa, Wendy Maury,  identificou o primeiro receptor dos vírus Ebola e Marburg, denominado TIM-1. A descoberta foi realizada utilizando a técnica de bioinformática desenvolvida pelo doutor do National Institute of Dental and Craniofacial Research, John Chiorin.

Parcialmente financiada pelos National Institutes of Health, a pesquisa também demonstrou que TIM-1 é expressa em células epiteliais presentes em diversos tecidos do corpo, incluindo mucosas das vias respiratórias e dos olhos. Estes locais serviriam como porta de entrada para os vírus Ebola e Marburg, de onde começam a se espalhar pelo organismo.

O vírus é transmitido pelo contato direto com secreções, sangue e tecidos de pessoas infectadas, podendo causar a morte dentro de duas semanas. O primeiro caso foi diagnosticado em 1976 na República Democrática do Congo, próximo ao rio Ébola, que deu o nome à doença. Neste episódio, 80% dos infectados faleceram.

Com a colaboração da empresa de biotecnologia Biogen Idec, a equipe de pesquisadores teve acesso a anticorpos com alvo em TIM-1 e descobriram que um deles, o ARD5, é capaz de bloquear a entrada dos vírus Ebola e Marburg na célula. O doutor da Universidade do Texas, Robert Davey, verificou que o ARD5 bloqueia a infecção da estirpe Ebola-Zaire (EBO-Z), que apresenta mortalidade em 83 a 90% dos casos, em células que expressam a proteína receptora TIM-1.

Os resultados das pesquisas mostram que utilizando uma versão compatível com humanos do anticorpo ARD5 para bloquear a entrada do vírus Ebola nas células epiteliais talvez seja possível evitar o início da infecção, limitando o espalhamento da doença pelo corpo durante sua manifestação.  O estudo também demonstrou que TIM-1 não é expressa em todos os tipos celulares suscetíveis à infecção pelos vírus Ebola e Marburg.

Apesar dos resultados bem sucedidos no uso de vacinas de DNA para o vírus Ebola em roedores, sendo a primeira criada em 1998, ainda não foi obtida uma vacina que seja eficaz em humanos. Também não existe atualmente um tratamento específico para a doença.

O último registro de manifestação da doença, de acordo com a World Health Organization (WHO), ocorreu em 2009 nas Filipinas. Foi anunciado que um homem que trabalhava em um açougue e que tinha contato diário com porcos possuia anticorpos contra o vírus Ebola-Reston (EBO-R) em seu organismo e portanto apresentava a doença.

As Filipinas foram o primeiro foco onde a estirpe EBO-R foi identificada em humanos, sendo este vírus comum em porcos, e portanto marca a suspeita da primeira transmissão de porcos para humanos. Também em 2009, o ministério da saúde da República do Congo declarou o fim da epidemia do Ebola nas zonas de Mweka e Luebo da Província de Kasai Ocidental. De acordo com a WHO, a última pessoa infectada pelo vírus, nestas zona, faleceu no dia 1º de Janeiro desse ano.

05/05/2011
 

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