Pesquisas apontam quimioterapia natural para tratamento da doença de Chagas |
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Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, demonstram que a
quimioterapia fitoterápica pode ser uma possibilidade para tratar a Doença de
Chagas. O setor de Quimioterapia Experimental do Laboratório de Ultra-Estrutura
e Biologia Celular realizou um teste com três compostos derivados de
naftoquinonas (extrato derivado de plantas das famílias bignoniaceae
e verbenaceae nativas do Brasil) e
percebeu que o processo de ação dos compostos mostraram que as
substâncias agem sobre determinadas estruturas do protozoário, no caso o DNA
nuclear, mitocôndria e reservosomos.
Conforme foi divulgado, a experiência pode ser útil na luta contra o
Trypanosoma Cruzi, causador da doença de Chagas. Doença
esta que é endêmica em alguns estados do Brasil, não tem cura nem vacina, e,
segundo dados do Ministério da Saúde, atinge cerca de 5 milhões de
brasileiros. Foi constatado que existe uma suscetibilidade do parasito a
compostos vindos de substâncias isoladas a partir desta planta. Segundo o
pesquisador Rubem Figueiredo, os compostos ficaram ativos nas três formas
evolutivas do Trypanosoma Cruzi e tiveram baixa toxicidade às células
hospedeiras. A atividade in vitro sobre o parasito foi considerada excelente e com baixa toxicidade para células hospedeiras de mamíferos, o que pode significar um baixo efeito colateral para as pessoas infectadas. As três formas são: A epimastigota, instalada no interior do mosquito barbeiro, a tripomastigota, instalada na corrente sanguínea da pessoa infectada e a amastigota encontrada no interior das células. O fato relevante é que, sobre as duas formas evolutivas presentes no hospedeiro, os compostos são mais ativos, e isto seria vantajoso no caso da geração de um novo medicamento. Para Rubem Figueiredo, a descoberta abre novos leques terapêuticos, pois o resultado mostra a possibilidade de que os compostos possam combater o parasito com baixo efeito colateral. Mas o estudo não termina por aí, agora o pesquisador pretende fazer testes in vivo em cobaias para provar a eficácia dos princípios ativos. O pesquisador quer analisar como os tecidos do hospedeiro se comportam com estes compostos e se existirão efeitos colaterais. A partir desta segunda parte do projeto é que se poderá pensar na criação de um remédio voltado aos humanos. O pesquisador também revela que as bignoniaceae e as verbenaceae são vastamente encontradas no Brasil, como já foi citado, e isto permite a coleta de uma grande quantia de matéria-prima no caso da produção de novos medicamentos. A farmacologia de naftoquinonas As naftoquinonas são substâncias químicas encontradas em vegetais, elas têm pigmentos coloridos (geralmente amarelos, laranjas e vermelhos) que se encontram principalmente nas plantas. Vale lembrar que muitas vezes a quinona mostrou em estudos suas propriedades tripanossomicida, viruscida, microbicida, antitumoral e inibidora de sistemas celulares reparadores.
13/03/2006
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