Lançado primeiro inseticida biológico do Brasil |
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A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a empresa Bthek Biotecnologia desenvolveram o Bt-horus, primeiro inseticida biológico produzido no Brasil. O novo produto é capaz de controlar o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue - doença que já contaminou mais de 38 mil pessoas em todo o País, somente em 2005, e está presente em pelo menos 3.600 municípios brasileiros. Também é eficaz contra o borrachudo (Simullium spp) que, além de ter uma picada dolorida, pode causar alergia, atingir trabalhadores rurais, produzir estresse em animais e ainda prejudicar o turismo e a agropecuária. O Bt-horus foi desenvolvido a partir da bactéria Bt (Bacilus thuringiensis), usada em programas de controle biológico em todo o mundo. Como se trata de uma bactéria entomopatogênica, isto é, específica para o controle dos insetos-alvo, o inseticida é inofensivo à saúde humana e ao meio ambiente. Outra vantagem é que o produto não cria resistência nos insetos, por ter ação biológica e não química, problema muito comum em diversos inseticidas importados. A equipe de controle biológico da Embrapa, liderada pela pesquisadora Rose Monnerat, utilizou como princípio ativo uma espécie brasileira do Bacillus thuringiensis, altamente tóxica ao mosquito transmissor da dengue e ao borrachudo. O desenvolvimento do processo produtivo e a formulação do produto foram executados pelas empresas parceiras e envolveu uma série de testes. Os primeiros testes no campo obtiveram excelentes resultados, assim como os experimentos em caixas d'água de Brasília, realizados durante um mês, em que o índice de mortalidade de mosquitos foi de 100%. Com o sucesso alcançado, o inseticida biológico obteve registro junto ao Ministério da Saúde e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A presença dos insetos Aedes aegypti e Simullium spp em todo o País torna muito amplo o mercado potencial para o produto. Conforme informações da Embrapa, o Bt-horus pode ajudar a melhorar a qualidade de vida da população. Ele também pode contribuir para a preservação do meio ambiente, por não conter substâncias químicas nocivas ao homem e aos demais seres vivos, favorecer a pecuária, reduzindo perdas com o controle dos borrachudos e gerar economia secundária nos programas de saúde, pela diminuição de casos de dengue e de alergias decorrentes de picadas de borrachudos. O inseticida somente poderá ser obtido por empresas especializadas ou pelo governo, já que a legislação brasileira não permite a venda direta do produto. Já as empresas interessadas em produzi-lo, que detenham tecnologia para tal, devem entrar em contato com a Embrapa e adquirir a bactéria para a sua formulação.
10/05/2005
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