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Plástico comestível poderá ser uma realidade no Brasil

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Pesquisadores da USP desenvolvem um novo tipo de plástico comestível. Segundo o Jornal da Gazeta “isto permitirá a produção de embalagens com sabor e aroma fazendo com que seja possível no futuro, que os mesmos materiais sejam ingeridos com a alimentação”. Só o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia. O acréscimo excessivo da quantidade de lixo se deve ao aumento do poder aquisitivo e ao perfil de consumo da população. Além disso, quanto mais produtos industrializados existir, mais lixo é produzido, como embalagens, garrafas, entre outros. 

Segundo a VEGA Engenharia, empresa de limpeza pública de atuação nacional, há um crescimento em torno de 5% ao ano na quantidade de lixo gerado. Grande parte do lixo ainda não é coletado permanecendo junto às residências. A produção de lixo "per capita" hoje gira em torno de 600g/hab/dia e há poucos aterros sanitários ou aterros controlados no Brasil. Em São Paulo, por exemplo, estima-se que cada habitante produz 1kg de lixo por dia. Este valor tende a crescer, tornando a problemática do lixo inexorável e irreversível, legitimando a necessidade de alternativas eficazes e custo-efetivas.     Foi pensando nesta e noutras questões (ambientais e de ordem energética) que um grupo de pesquisadores da USP desenvolveu um material com base no amido da mandioca. Sabendo que o Brasil é o segundo maior produtor mundial de mandioca, com cerca de 27,6 milhões de toneladas produzidas apenas em território brasileiro durante a safra de 2006, sendo que no Brasil o consumo médio anual é de 50,6 kg/pessoa a raiz no Brasil é usada com finalidades variadas pela Indústria.    A principal importância da mandioca, como matéria-prima industrial, é o amido e seus derivados. Cynthia Ditchfield, pesquisadora da USP referiu à jornalista Fernanda Azevedo (Jornal da Gazeta) que o trabalho ganha maior destaque sabendo que as pesquisas estão aproveitando uma importante matéria prima e agregando valor.   O produto é biodegradável o que o torna amigo da natureza, precisando de pouco tempo para desaparecer (alguns polímeros feitos com petróleo precisam de 300 anos para se degradar). 

Contudo se essa não for a opção, o material pode ser consumido pelo homem. Neste sentido, pesquisadores e indústria já começam a idealizar embalagens com sabor e aroma. Entre muitas outras vantagens, o material pode se transformar numa embalagem ativa, interagindo com o alimento, o que pode beneficiar a indústria e o consumidor.     Ditchfield explicou que a pesquisa tem trabalhado com dois tipos de embalagens ativas. A primeira forma visa a conservação dos alimentos por mais tempo, inibindo com melhores resultados o crescimento de microorganismos, aumentando assim a vida útil do alimento. A outra embalagem ativa muda de pH, consoante a acidez do produto, tornando-se um importante indicador quando o alimento estraga ou se encontra adulterado por alguma razão. 

Como acontece em muitas pesquisas laboratoriais no Brasil, é necessário que trabalhos como estes sejam transferidos para uma dimensão industrial. Os pesquisadores do projeto aguardam uma parceria com Indústrias para que os resultados se transformem numa realidade do nosso cotidiano.

    
21/11/2007
 

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