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CTNBio aprova o uso de variedades de milho transgênico

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A análise dos vários setores relacionados ao agronegócio evidenciam um panorama bastante otimista, tanto para o mercado interno quanto para o de exportação do milho brasileiro. Os dados mostram que apesar de o país ter tido uma produção recorde nas safras 2006/2007, conseqüentemente com grande oferta do produto, o produtor não vai ter prejuízo. Além disso, o mercado externo é um grande consumidor.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apresenta um cenário bastante promissor para os mercados interno e externo de milho. A estimativa de produção para o país em 2007 é de cerca de 51 milhões de toneladas de grãos e de exportações de 7,5 milhões de toneladas. Entretanto, os especialistas terão que reavaliar suas estimativas em relação às exportações, pois com a demanda adicional da União Européia, desde junho, elas deverão passar dos 10 milhões de toneladas.

Alguns fatores levaram a essa demanda adicional pela União Européia, tais como o tempo adverso, a condição do trigo produzido lá e pelo Brasil não produzir milho transgênico. O fato de alguns países europeus preferirem o milho convencional faz com que se mantenha a relação comercial entre a UE e o Brasil.     O estado de Minas Gerais tem se destacado como o maior produtor de milho, com uma previsão de safra de 6,3 milhões de toneladas, segundo a Conab. 

O superintendente da SEAPA (Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais), João Ricardo Albanez salienta que o cenário animador para o mercado internacional do milho com o aumento das exportações é causado pela menor disponibilidade do milho americano, o qual foi destinado à produção de etanol. De acordo com o Ministério da Agricultura, Minas Gerais exportou, proporcionalmente, mais que o Brasil. Mesmo sendo consumido em sua maior parte no mercado interno, houve um incremento nos embarques do grão no primeiro semestre.  

Genética do milho

O melhoramento genético do milho na busca de variedades cada vez mais produtivas, com maior resistência à pragas e a herbicidas e que demandem menor custo de produção, tem sido uma meta para grandes empresas particulares e instituições públicas de pesquisa. As técnicas utilizadas vão do cruzamento entre variedades de milho até a criação de  transgênicas.

Uma das líderes mundiais na área de agribusiness, a Syngenta, está lançando dois produtos do projeto Geração Silus no mercado de silagem de planta inteira, o Maximus, destinado a silagem de alta performance, e o Cargo, destinado para áreas de médio investimento. A empresa quer ampliar sua participação no mercado de milho híbrido para silagem de grãos úmidos e de planta inteira. Os dois produtos já foram testados no Brasil e apresentaram ótimos resultados. Em 1998 a empresa deu início a um trabalho de identificação das principais características necessárias a um bom híbrido para silagem.

O Brasil está abrindo as portas para o uso da tecnologia dos produtos transgênicos na agricultura. A CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) aprovou no último dia 16 o uso do milho transgênico Liberty Link, produzido pela Bayer CropScience. Essa variedade é resistente ao herbicida glufosinato de amônio (L-PPT), usado no Brasil para o controle de ervas daninhas. A produtividade dessa variedade transgênica é de 5 a 10% maior do que o convencional, além disso, ajuda a proteger o meio ambiente e diminui o custo de produção das lavouras.

As vantagens relativas ao aumento da produtividade e a biossegurança apresentadas pela variedade transgênica são destacadas por pesquisadores como Ernesto Paterniani, professor titular de Genética Vegetal da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (Esalq), e pela diretora executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Alda Lerayer.

A CTNBio aprovou outras variedades transgênicas como o milho Bt, resistente a insetos, e a YieldGard da Monsanto, resistente a insetos-pragas no cereal, que aguardam a liberação para o plantio. A liberação do uso do milho GM está condicionada a um plano de monitoramento que tem como objetivo garantir que essa variedade tenha o mesmo comportamento nas lavouras, que apresentou nos experimentos.   

Neste plano são avaliados vários itens que garantem a segurança alimentar e ambiental, destacando-se o monitoramento da quantidade de herbicida recomendada para a cultura do milho e o efeito do uso dos herbicidas sobre os microorganismos do solo e também sobre os insetos considerados bons para a lavoura.

   
30/08/2007
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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