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Uma nova visão do metabolismo protéico

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A nutrição humana segue parâmetros que são específicos para cada indivíduo, relacionados a fatores como, idade, sexo, estilo de vida, dentre outros. Entretanto, em comum está a necessidade de manter a alimentação equilibrada, a partir de uma dieta que contenha os teores mínimos de proteínas, carboidratos, lipídeos, vitaminas e sais minerais, necessários para a manutenção do metabolismo. Tendo em vista a importância do equilíbrio dietético, fica claro que a deficiência de qualquer um desses nutrientes favorecerá um desequilíbrio orgânico e, consequentemente, o desenvolvimento de doenças metabólicas.

Em um estudo recente realizado pelo cientista da Texas A&M University e da Texas AgriLife Research, o Dr. Guoyao Wu, ele mostra a importância dos chamados aminoácidos funcionais – tipo de aminoácidos importantes na regulação das vias metabólicas. Partindo do conceito nutricional, os aminoácidos são divididos em essenciais – que não produzidos pelo organismo – e não essenciais – produzidos pelo organismo –, de acordo com o balanço do nitrogênio ou do crescimento do indivíduo.

No artigo publicado na revista American Society for Nutrition, entitulado “Functional Amino Acids in Growth, Reproduction, and Health”¸ Wu descreve a importância nutricional de alguns aminoácidos não essenciais (AANE), os quais são sintetizados pelo organismo, servindo de substrato para síntese protéica. A manutenção do conceito tem limitado a visão sobre o grau de importância dessa classe de aminoácidos em diversas funções orgânicas.

O pesquisador cita, por exemplo, a descoberta da necessidade de manter um teor ideal de glutamina na dieta, devido a sua função na manutenção da integridade da mucosa intestinal e da arginina, para o crescimento neotanal máximo e sobrevivência embrionária. Além desses, outros como o glutamato (ácido glutâmico), a glutamina, assim como a arginina, são elementos chave na regulação da expressão gênica, na sinalização celular, na resposta antioxiadante e para o sistema imunológico.

Em conjunto, os aminoácidos glutamina, glutamato e o aspartato, são utilizados pelo organismo como os principais combustíveis do metabolismo no intestino delgado, no sistema nervoso entre outros, onde junto com a glicina, outros aminoácidos ajudam a regular a função neurológica. O glutamato, por exemplo, é um aminoácido que não chega ao cérebro a partir da corrente sanguínea. Esse órgão sintetiza-o a partir da glicose e de outros nutrientes, atuando como o principal neurotransmissor excitatório no cérebro, mesmo em quantidades mínimas, ele pode desencadear potenciais de ação.

Outro destaque dado no artigo refere-se à ênfase observada em estudos nutricionais de dois aminoácidos, a leucina, como ativadora de alvos da rapamicina em mamíferos, para estimular a síntese de proteínas e a inibição de proteólise, e o triptofano, um modulador das funções neurológicas e imunológicas por meio de múltiplos metabólitos, incluindo a serotonina e melatonina.

Um número cada vez maior de pesquisas vem sendo desenvolvidos para o estudo dessa classe de aminoácidos. As mais recentes pesquisas têm mudado a visão do entendimento funcional dos aminoácidos e com isso, tem aberto um novo leque no conhecimento do papel do metabolismo protéico e dos antigos conceitos da nutrição. Apesar do benefício que os estudos realizados em animais têm oferecido à saúde, o pesquisador alerta para a necessidade de ter cautela na extrapolação desses dados para a nutrição humana.

02/12/2010
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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