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Proteína alterada reduz alergia

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A alergia alimentar é uma reação adversa a um antígeno proveniente de alimentos e mediada por mecanismos fundamentalmente imunológicos. Esse tipo de resposta divide-se em tóxica e não-tóxica. As reações não-tóxicas podem ser de Intolerância ou Hipersensibilidade.  Estima-se que esses problemas alimentares de causas alérgicas verdadeiras acometam 6-8% das crianças com menos de 3 anos de idade e 2-3% dos adultos. Essa classe de alergias vem se tornando um problema de saúde pública em todo o mundo e está associado a um impacto negativo bastante significativo na qualidade de vida das pessoas.

Na tentativa de impedir que o sistema imunológico reaja a um determinado tipo de proteína alimentar, um grupo de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, EUA, liderada pelo professor de medicina, da mesma instituição, Shau-Ku Huang, descobriu que um tipo de célula do sistema imunológico presente no trato gastrointestinal dos camundongos, conhecida como células lamina propria dendrítica (LPDC) - considerada a primeira linha de defesa para o sistema imunológico de um corpo - expressa um receptor especial, o SIGNR1 (ou Cd209b). Esse receptor está presente na superfície das células e tem a capacidade de se ligar a açúcares. Os resultados dessa pesquisa foram publicados na edição de outubro da revista Nature Medicine.

A idéia principal era a de que o SIGNR-1 (receptor de lectina tipo C) condiciona as células dendríticas (DCs) na lâmina gastrointestinal (LPDCs) à indução de tolerância em animais com anafilaxia - reação alérgica sistêmica, severa e rápida a uma determinada substância -  induzida por alimentos. Para testar essa teoria, os animais foram alimentados com a proteína modificada, uma vez por dia, durante três dias. Após o quinto dia, eles receberam a proteína não modificada (proteína alérgica) e um outro grupo (controle) não recebeu essa proteína.

Os resultados mostraram que a reação alérgica provocada pela proteína não modificada, no grupo controle, foi reduzida significativamente nos ratos alimentados previamente com  a molécula modificada. Uma pequena porcentagem dos animais apresentou algum tipo de reação de baixíssima gravidade. Embora alimentados com uma ração contendo a proteína alérgica (não modificada), os animais se mostraram quase que insensíveis a essas moléculas. Os cientistas chegaram à conclusão de que o receptor SIGNR1 é de fundamental importância para impedir que haja uma resposta de algumas células do sistema imunológico.

Apesar de não haver cura para as alergias de origem alimentar, este achado é de grande valia para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes contra as reações imunes a algumas moléculas ou substâncias.

07/10/2010
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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