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Estrangeiros apostam na biotecnologia brasileira

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No painel de Políticas Públicas para o Desenvolvimento de Pólos Biotecnológicos, realizado durante a Biolatina, foram abordados diferentes aspectos, relacionados a investimentos para o desenvolvimento da biotecnologia na América Latina e no mundo. Diversos especialistas, entre eles, empresários, pesquisadores, representantes governamentais e de instituições privadas, mostraram os seus pontos de vista em relação ao presente e ao futuro da biotecnologia no Brasil.   

O Brasil, que possui um vasto campo a ser explorado, é considerado um grande pólo de pesquisa em biotecnologia. No entanto, alguns fatores foram apontados como entraves nesse processo. Em sua palestra, o diretor da BioPark Regensburg, empresa de biotecnologia alemã, Thomas Diefenthal, destacou que, apesar de o Brasil, assim como a Alemanha, ter as suas principais áreas de pesquisas em saúde humana e animal, indústria e agronegócio, falta ainda parceria entre universidades e empresas, em ambos os países. A própria BioPark Regensburg possui projetos, no Brasil. Um deles destina-se à diminuição dos índices de contaminação pela dengue. Este projeto é desenvolvido na capital do Amazonas e já dura mais de dois anos. 

Uma análise geral do quadro do desenvolvimento da biotecnologia mostra que, entre outros fatores, o que está faltando, no Brasil, é uma atitude empreendedora por parte das empresas. Com isso, os arranjos produtivos locais seriam melhorados e receberiam um investimento maior do governo. O desenvolvimento desse tipo de biotecnologia depende da região onde se pretende realizar as pesquisas e a relação entre as universidades e as indústrias. É importante entender que, devido ao desenvolvimento tecnológico regionalizado, algumas regiões crescem mais do que outras.

A burocracia exigida, pelo governo, para que as empresas de biotecnologia evoluam em suas pesquisas, foi um dos temas discutidos no evento. De acordo com a secretária executiva da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Adriana Diaféria, os modelos regulatórios utilizados pelo governo precisam ser revisados.

    

Encontro discute Política de Desenvolvimento Produtivo para a Biotecnologia

Durante o Fórum de Competitividade, foi discutida a agenda de ação da Política de Desenvolvimento Produtivo para a Biotecnologia e apresentada a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). No caso da biotecnologia, foi avaliada a elaboração da PDP-Biotec. O principal objetivo da PDP é sustentar o atual ciclo de expansão e dar potência a esse crescimento.

O Comitê Nacional de Biotecnologia realizou um estudo orçamentário para identificar as melhores ações, para que se possa alcançar metas e superar desafios. Para isso, adotou-se, na maioria dos casos, propostas de aumento do valor orçado das ações para 2009. Para o plano Plurianual 2010/2013 foram propostas novas ações em parceria com a iniciativa privada.  

Com o objetivo de desenvolver produtos, incentivar atividades inovadoras em biotecnologia avançada e fomentar “parcerias ICT-Empresa”, estão previstos investimentos públicos. A dificuldade de conseguir os direitos sobre a propriedade intelectual das pesquisas foi um dos principais temas discutidos no Fórum.

Especialistas estrangeiros apontaram alguns dos principais problemas brasileiros, ressaltando a indefinição do mercado e das principais linhas de pesquisa nacionais. Eles destacaram, como nichos de desenvolvimento de pesquisa em produtos, o agribusiness e as tecnologias limpas, com destaque para os biocombustíveis. Destacou-se também o potencial de desenvolvimento de produtos farmacêuticos para o mercado interno, o uso da biotecnologia em alimentos funcionais e a grande biodiversidade do País.

O Brasil oferece muitos atrativos ao capital estrangeiro, além da sua grande capacidade de desenvolvimento tecnológico para o mercado interno. Alguns setores, em particular, como o agronegócio e o desenvolvimento dos biocombustíveis, colocam o País em lugar de destaque na biotecnologia. Todavia, é sabido que ainda existem muitos fatores que impedem o pleno desenvolvimento da pesquisa científica nacional, seja por parte do governo, da iniciativa privada ou de instituições de fomento.

19/10/2008
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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