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Implante subcutâneo e creme como nova terapia

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Um artigo publicado na edição deste mês da Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) apresenta uma nova abordagem terapêutica utilizada pelo cientista Marc Gitzinger. Ele faz parte do grupo de pesquisas do professor de biotecnologia e ciência da bioengenharia no Departamento de Biociências (D-BSSE, sigla em inglês), Basiléia, Martin Fussenegger.

A abordagem desenvolvida é um protótipo para terapia gênica através da pele e tem como um dos principais componentes o floretin. Essa substância é um flavonóide, antioxidante, encontrado em maçãs, que aumenta a permeabilidade das paredes celulares e que é utilizado em cosméticos com o objetivo de prevenir o aparecimento de rugas.

A terapia tem como princípio a utilização de alguma substância que estimulará a expressão de um gene específico, que por meio de uma cápsula é implantado debaixo da pele. Após o implante, um creme com a substância estimulante é aplicado sobre a pele dando início à expressão gênica. As cápsulas usadas na pesquisa eram feitas de alginato e continham em seu interior células vivas com genes específicos para a produção da proteína SEAP (do inglês, Secreted human Placental Alkaline Phosphatase).


Eficácia terapêutica

O produto foi testado em ratos, nos quais se implantou a cápsula e posteriormente, um creme à base de gordura de leite misturada com o floretin foi aplicado sobre o local de implante. Os testes tiveram um resultado positivo, pois o flavonóide penetrou na pele dos animais, assim como as células contidas dentro das cápsulas.

De forma geral, os pesquisadores observaram que quando o creme foi aplicado na pele dos animais com os implantes, o flavonóide atuou sobre os genes de interesse controlando as concentrações de proteínas na corrente sanguínea dos camundongos. Neste experimento foi constatada a diminuição da produção da proteína SEAP, pelas células contidas nas cápsulas. Os pesquisadores acreditam que uma alta dose de floretin possa bloquear a sua produção.

Uma das vantagens de utilizar esse tipo de terapia é que não há uma sobrecarga no fígado, órgão responsável pela desintoxicação do organismo. Isso se deve a ação local e a fácil degradação do floretin pelo corpo. Além disso, a aceitação pelo público deverá ser boa, pois os implantes ficam armazenados por longos períodos e podem ser retirados ao término do tratamento, comentou o professor Fussenegger ao Science Daily. Os pesquisadores acreditam que esse tipo de terapia possibilitará o controle de algumas doenças metabólicas, assim como a ativação de fatores de crescimento ou da insulina, por exemplo.
26/06/2009
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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