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Transgênicos estimulam agricultores espanhóis

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Enquanto o Greenpeace luta ativamente contra os organismos geneticamente modificados (OGM) e aponta os sérios problemas causados pelos milhos da Bayer e da Monsanto ao meio ambiente e à saúde, um novo estudo realizado pela União Européia mostra o aumento das áreas de milho transgênico em território espanhol, e, conseqüentemente, a satisfação de quem os cultiva. 

Segundo a Revista Rural, o país europeu que mais cultiva transgênicos é a Espanha. Não por acaso: o nordeste espanhol, grande produtor de milho, é também uma das regiões mais áridas da Europa meridional, onde as plantações são freqüentemente afetadas pela Lagarta Européia (Ostrinia nubialis). Lavouras de agricultores espanhóis, que ali adotaram, há seis anos, o milho Bt, comprovam que o rendimento bruto da variedade resistente a insetos é maior que o da planta convencional. A versão transgênica rende R$1.980 mil / ha; a outra, apenas R$1.160 mil / ha.

O setor científico da União Européia apresentou alguns dados no mínimo interessantes sobre o cultivo de transgênicos na Espanha. Essas informações foram divulgadas em uma conferência sobre organismos geneticamente modificados na cidade de Cernobbio, Itália, e ressalta que, apesar de a tecnologia do milho transgênico ser importante para muitas regiões do planeta, ela não pode ser utilizada sem uma extensa bateria de estudos prévios. Na Espanha, o milho-Bt tem impacto positivo e gera maior lucro nas regiões com altos índices de prejuízo gerados pela broca.

O questionário foi realizado junto a 400 agricultores espanhóis, dos quais metade são proprietários de regiões onde o milho-Bt é cultivado. Os agricultores referiram que alguns dos benefícios da produção de milho Bt são: aumento da qualidade do produto, garantia de máxima produtividade, redução do uso de pesticidas, dos custos de produção e dos impactos ambientais, além de benefícios financeiros para os agricultores. As regiões espanholas com maior índice de plantio de milho transgênico dividem-se em três áreas (Saragoça, Albacete e Lérida). Destas regiões, Saragoça ganha destaque, por apresentar uma produtividade 11,8 por cento maior em relação às áreas onde existe milho não transgênico. Traduzido em capital, um agricultor de Saragoça tem um benefício adicional de 122 euros por hectare.

O estudo explica que a maior produtividade dos agricultores de Saragoça não está relacionada com maior competência dos agricultores, mas sim com a redução da perda nas áreas atingidas pela broca. No entanto, o estudo ressalta várias questões a serem respondidas em futuros estudos, já que muitos elementos ainda precisam ser avaliados. Muitos agricultores consideram as regras do uso de transgênicos difíceis de serem implantadas (entre elas, estão a necessidade de o plantio transgênico estar a uma distância mínima de 200 metros em relação ao plantio tradicional e a bordadura de 24 linhas de milho convencional para cada uma de plantio transgênico).

Para o Jornal Público de Portugal (país pioneiro em matéria de transgênico), pode-se começar a observar uma redução de áreas transgênicas, como se dá também na Espanha, visto que a quantidade de imposições em biossegurança desestimula os agricultores de menor escala. A Comissão de Estudos da União Européia pretende desenvolver entrevistas com 1.200 agricultores de outros seis países europeus. O objetivo principal é mapear o plantio de transgênicos nas principais regiões do velho continente e avaliar o impacto da tecnologia junto à biodiversidade local.

  
03/07/2008
 

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