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Cientistas pedem mapeamento de transgênicos

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Os EUA possuem mais de um bilhão de acres, cerca de 40 milhões de hectares, em culturas transgênicas, porém seus impactos ambientais não são inteiramente conhecidos. No Arizona, os agricultores compartilham mapas dos campos de algodão transgênico com os pesquisadores da Universidade do Arizona, permitindo análises detalhadas dos efeitos dos transgênicos. Recentemente, uma equipe de biólogos propôs que o mapeamento se estendesse a todo território nacional e que os mapas fossem disponibilizados a um maior número de pesquisadores, possibilitando, desse modo, estudos mais criteriosos sobre os impactos ambientais gerados pelas colheitas geneticamente modificadas.    A idéia conquistou novos biólogos que desejam estudar plantações transgênicas. O acesso a esses mapas dará, aos pesquisadores, maior respaldo para analisar os efeitos dos transgênicos em animais selvagens, na qualidade de água, em pragas e em insetos benéficos às plantas nativas.

Segundo Michelle Marvier, professor de biologia e de estudos ambientais da Universidade de Santa Clara, Califórnia, a falta de informação sobre o mapeamento dessas áreas gera uma falta de precisão para analisar os prós e os contras das novas culturas geneticamente manipuladas, no meio onde estão inseridas. Marvier sublinha alguns pontos fortes sobre os debates levantados pelos defensores e pelos grupos que condenam o uso dessas tecnologias genéticas. A redução do uso de inseticida e da erosão dos solos são os pontos defendidos pelos que apóiam os transgênicos, e, do outro lado, o impacto direto na fauna e na flora local serve de justificativa, aos que condenam, para restringir os avanços desses tipos de culturas.

O pedido dos pesquisadores foi publicado na revista Science através de um artigo intitulado “Coletando dados a partir de culturas geneticamente modificadas”, contendo um mapa com a distribuição de campos transgênicos no Estado do Arizona. Aliás, ao mapear as áreas com plantações de algodão transgênico, o estado se tornou líder em avaliar impactos ambientais de culturas geneticamente modificadas.    Esse mérito se deu graças a uma estreita colaboração entre pesquisadores e agricultores, tornando possível e disponível uma grande quantidade de dados para os especialistas da Universidade do Arizona. Para os autores do trabalho, os resultados são vantajosos para ambas as partes. Os pesquisadores coletam dados fundamentais para saber o que acontece no campo, ajudando os agricultores a controlar melhor as pragas.

Uma das análises preliminares mostrou que a opção por algodão transgênico no Arizona ajudou a reduzir o uso de inseticidas. A possibilidade de mapear outros estados americanos poderá gerar maiores informações, sobretudo sobre o algodão e o milho transgênicos. Para dar início a um estudo de maior escala, a equipe de pesquisadores alertou ao governo para que os dados disponíveis sejam divulgados de uma forma ampla.

Atualmente, o Ministério da Agricultura norte-americano coleta dados de explorações agrícolas individuais, estando, estes dados, disponíveis a apenas alguns pesquisadores. Responder a perguntas-chave sobre os impactos ambientais de colheitas geneticamente modificadas exige uma definição espacial refinada e mais detalhada. O estudo aponta para a necessidade de análises sobre a qualidade da água e do solo, sobre os efeitos secundários, a densidade de população regional de pragas e os aspectos econômicos como, entre outros, a melhoria do rendimento, visando que os resultados possam ser úteis a um maior grupo de pessoas.

O Serviço Estatístico do Ministério da Agricultura Americano (NASS) coleta anualmente dados que documentam a área cultivada relativa a 50 estados. Além disso, o NASS entrevista, por ano, mais de 125.000 agricultores sobre a utilização da terra e a área cultivada com material transgênico.

  
08/05/2008
 

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