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As potencialidades e as aplicações do urucum

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O urucum é uma das principais culturas da região da Alta Paulista no Estado de São Paulo. É cultivado tipicamente por agricultura familiar, sendo esta região a principal produtora do Estado, com destaque para o Município de Monte Castelo, conhecido internacionalmente como a Capital do Urucum. Nesta região há mais de um milhão de pés de urucum em produção e no primeiro bimestre desse ano foram implantados mais de 500 mil pés, essa área corresponde a mais de 300 pequenos produtores. A BIOTEC AHG falou com a Eliane Gomes Fabri, pesquisadora da APTA Regional Alta Paulista, responsável pelo setor de pesquisas na área de Horticultura, onde estão inseridas as plantas medicinais, aromáticas e condimentares, exatamente, onde o urucum está incluso.

Inicialmente o trabalho de Fabri foi identificar os produtores, conhecer a cadeia produtiva, se informar quais eram os gargalos enfrentados nos elos dessa cadeia de produção, para determinar as pesquisas necessárias e contribuir para o desenvolvimento do agronegócio regional.

No Estado de São Paulo como explicou Fabri, “temos um Banco de Germoplasma no Município de Pindorama com 27 acessos e que é de extrema importância para a pesquisa com o urucum, tanto para o melhoramento vegetal convencional, assim como, para o uso e aplicação em pesquisas na área da biotecnologia. Na EMEPA da Paraíba temos um outro Banco de Germoplasma com 42 acessos, esses dois Bancos de Germoplasma de Urucum juntos são os maiores ou os únicos do mundo, daí a importância de preservá-los e estudá-los”.

Em 2006 realizou-se uma pesquisa para analisar a diversidade genética do Banco de Germoplasma de Pindorama, através de análise de eletroforese de proteínas, coordenado pela Profa. Dra. Elizabeth Ann Veasey do Depto. de Genética da ESALQ/USP e pelo PqC. André May que contou com o apoio dos graduandos Tiago, Aline e Gustavo todos da ESALQ/USP. “A partir de 2006 e dessa interação com a Profª. Elizabeth estou organizando uma equipe multidisciplinar de pesquisadores científicos, bem como, de professores, para traçarmos um planejamento de ações e projetos de pesquisas a serem conduzidas com a Cultura do Urucum em todos os elos da cadeia de produção, ou seja, do campo a produção de corante”, salientou Fabri.     O principal produto do urucum é o corante ‘BIXINA’, o urucum produz outras substâncias químicas de interesse industrial. Atualmente, como explicou Fabri “temos um trabalho sendo desenvolvido nesse Banco de Germoplasma, para estudar ‘Pré-processamento de sementes de urucum (Bixa-orellana, L.) com alto teor de lipídios’, que é coordenado pelo PqC. Dr. Paulo Roberto Nogueira de Carvalho do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) em Campinas-SP, onde sou responsável pela parte fitotécnica do experimento e contamos com a participação do PqC. Paulo Eduardo da Rocha Tavares Engenheiro de Alimentos também do ITAL, responsável pela agregação de valor ao produto e pesquisadores do Pólo Regional Centro Norte, esse projeto está sendo executado com recursos da FAPESP”.

A utilização das técnicas de biotecnologia para a cultura do urucum, será muito importante, visando auxiliar nas técnicas de melhoramento genético para plantas. O urucum é uma cultura promissora, seu corante é empregado nas indústrias de alimentos tais como: massas, laticínios, sucos, carnes e outros, nas indústrias farmacêuticas, cosméticos, tecidos e tintas. Na área medicinal o urucum desponta como um ingrediente importante no combate ao câncer, pois contém geranil-geraniol, substância utilizada como coadjuvante no tratamento da doença, de acordo com o PqC. Dr. Paulo Roberto Nogueira de Carvalho.

O Brasil produz em torno de nove mil toneladas de urucum anualmente. Pela importância que a cultura representa para o Estado de São Paulo e para o país, nos dias 05 e 06 de dezembro de 2007 será realizado 1ª Reunião Nacional da Cadeia Produtiva de Urucum. Esse evento busca reunir pesquisadores de todo o país e de todas as áreas que envolvem a cadeia de produção de urucum, maiores informações sobre o evento podem ser obtidos no site: http://www.ital.sp.gov.br/quimica ou pelo fone/fax: (19) 3743-1700.

  
31/10/2007