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Limpeza clonal pode diminuir o prejuízo dos produtores de maracuja

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A Embrapa Cerrados está coordenando uma pesquisa com o título de “Técnicas de cultura de tecidos vegetais in vitro e ex-vitro visando a limpeza clonal do maracujazeiro (Passiflora edutis sims ) ” e  terá a liderança da bióloga Solange Rocha M. de Andrade.

O objetivo dessa pesquisa é realizar a limpeza clonal das plantas genitoras de três espécies de maracujá que receberam os nomes de BRS Gigante Amarelo, BRS Ouro Vermelho e BRS Sol do Cerrado. A limpeza clonal é uma técnica de cultura de tecidos que tem como objetivo obter cultivares livres de vírus, explica a bióloga. O resultado esperado com essa técnica é que haja uma melhoria na sanidade das plantas genitoras, um aumento na capacidade de produção de sementes reduzindo o custo de produção para os produtores.    Apesar da técnica já ser utilizada em outras espécies com reprodução vegetativa, os mecanismos que explicam o processo ainda não foram totalmente esclarecidos, mas algumas hipóteses são mais aceitas. Em uma dessas hipóteses, acredita-se que pelo fato das células meristemáticas serem muito pequenas e de rápida multiplicação, o vírus não se multiplicaria dentro delas, a outra se baseia na falta de vascularização do meristema, o que sugere que o vírus não consegue alcançar essa região e a última hipótese é de que o vírus não está distribuído de maneira igual por toda a planta.

A bióloga explica que pelo fato de a chance de haver vírus nessa região ser muito pequena ela pode ser separada e multiplicada, produzindo plantas idênticas à planta doadora e provavelmente livre de vírus. Essa propagação pode ser por enxertia ou por micropropagação. A ausência de vírus no material obtido não garante que ele seja resistente ao patógeno, no entanto ele pode ser considerado mais saudável, diz a pesquisadora. A campo, os cultivares livres do vírus terão maior durabilidade, serão mais saudáveis e com maior produção.    

Serão utilizadas três metodologias neste projeto, a primeira é a de micropropagação in vitro, que consiste em introduzir o meristema apical da planta genitora em meio de cultura em condições assépticas e manutenção em câmaras de crescimento, até que as mudas se desenvolvam. A segunda técnica será a de enxertia ex vitro, na qual ápices caulinares com um ou dois primórdios foliares serão enxertados em porta enxertos germinados, os quais serão mantidos em câmaras de crescimento. 

Na terceira técnica os ápices caulinares da plantas genitoras serão submetidas à temperaturas entre 40-45°C e baixa luminosidade e depois enxertados nos porta-enxertos. Nessas condições e pelo crescimento rápido da planta, provavelmente, a produção de inoculo será menor, pois o vírus vai se multiplicar mais lentamente evitando assim a contaminação do ápice caulinar. Após o processo de limpeza clonal os ápices das plantas genitoras serão indexados por ELISA e RT-PCR e posteriormente serão transferidos para o viveiro contendo uma tela que os protegerá de insetos e afídeos, até que produzam sementes de três cultivares as BRS Gigante Amarelo, BRS Ouro Vermelho e BRS Sol do Cerrado.  

O alvo principal

A pesquisa da Embrapa tem como alvo principal o combate ao principal vírus que acomete os cajuzeiros que é o vírus do endurecimento do fruto, podendo atingir mais de 70% das plantas em pomares afetados. Quando acometida pelo vírus, a planta apresenta um enrugamento das folhas, o que dificulta o processo de fotossíntese e conseqüentemente o crescimento da mesma, fazendo com que ela produza poucas frutas e sementes. O fruto apresenta um aspecto endurecido e com verrugas o que o torna inviável para o consumo e comercialização.  

A duração do projeto é de 24 meses e tem a colaboração de outros centros de pesquisas como a Universidade de Brasília (UnB), o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Embrapa Mandioca e Fruticultura (CNPMF).

  
12/03/2007
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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