Logotipo Biotec AHG

Números recordes de lavouras transgênicas são registrados em 2006

Imprimir .
Uma definição simples para os trangênicos é referirmo-nos a eles como organismos que, mediante técnicas de engenharia genética, contenham materiais genéticos de outros organismos. A geração de transgênicos visa a obtenção de características específicas a partir de um organismo de interesse. Basta lembrarmos do primeiro transgênico - a bactéria E. Coli - na qual sofreu adição de genes humanos para a produção da insulina na década de 1980.     A polêmica sobre os transgênicos tomou maior destaque na última década, na qual cientistas, principalmente melhoristas, procuraram obter maiores rendimento e qualidade, manipulando geneticamente vários organismos. Paralelamente uma corrente de ambientalistas, e ecologistas alertavam os perigos da perda da biodiversidade e a falta de testes de segurança destes materias, sobretudo nas consequências a longo prazo. O fato é que imensos resultados na área da transgenia já são alcançados desde a década de 70, época em que foi desenvolvida a técnica do DNA recombinante. Ultimamente, com novas tecnologias, as vantagens dos transgênicos têm alimentado muitos setores comerciais e científicos.     Biotecnólogos e outros profissionais do setor têm se envolvido nas questões de regulamentação e segurança dos produtos ditos transgênicos. Os números de 2006 apontam para um recorde de lavouras geneticamente modificadas em todo o globo. Na medida em que aumenta o interesse dos investidores para a contínua produção dos transgênicos, uma fração significativa de críticos alerta que esses números não são exemplificativos de uma redução da taxa de fome (visto ser essa a filosofia muitas vezes usada para as aprovações de transgênicos), mas sim que esses materiais não vão além da criação de variedades resistentes a pragas, e que boa parte da produção foi destinada ao consumo animal. 

Não obstante, e a despeito das críticas, o grupo Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agribiotecnológicas (ISAAA), apoiado pelas indústrias do setor, apresentou um recorde como evidência de que lavouras transgênicas criadas para reduzir o uso de pesticidas podem aliviar a pobreza e beneficiar financeiramente os pequenos produtores.

Um dos alertas que o Green Peace tem continuamente feito contra os transgênicos são os impactos possíveis no contato entre espécies transgênicas com espécies selvagens encontradas no meio ambiente, provocando a extinção de uma espécie vegetal ou animal menos favorecida ou que dependa das espécies não modificadas. Dos últimos atos realizados pela Organização está a luta contra o milho transgênico Liberty Link, onde um dos relatórios apresentados, produzido pela EFSA (European Food Safety Authority), relata os impactos dos resíduos de glufosinato de amônio contido nesse material. 

De acordo com os documentos, a quantidade de resíduo de agrotóxico no milho transgênico é muito maior do que a do milho convencional e pode trazer sérios riscos para a saúde humana, como náuseas, diarréias, nascimento de fetos prematuros e até aborto, segundo o relatório. Neste momento existe uma suspensão no andamento do processo administrativo de liberação de uma variedade de milho geneticamente modificado no Brasil. Mesmo assim, a área com transgênicos cresceu 12 milhões de hectares em 2006, equivalente a 13% de aumento, comparativamente a 2005. 

Em 2006 a produção global das plantações geneticamente modificadas (GMs) foi de 102 milhões de hectares, conduzidas por 10,3 milhões de agricultores, com safras dirigidas à produção de alimentos, ração animal, fibras e combustíveis. Estima-se que 9,3 milhões desses produtores são considerados agricultores de subsistência. O estudo realizado pela ISAAA indicou que o crescimento das plantações de transgênicos foi substancialmente maior nos países em desenvolvimento, atingindo 21%, enquanto o crescimento nas nações industrializadas foi de 9%. Os países em desenvolvimento são responsáveis por 40% da área de plantação transgênica.    Alguns mercados mundiais, tais como, o da Europa e do Japão são os que resistem mais a entrada de alimentos geneticamente modificados. Esta polêmica divide não só autoridades, mas também a comunidade científica, visto que a ciência não tem informação suficiente para isentar os trangênicos de efeitos colaterais negativos na delicada fisiologia humana. 

Em 2006, a CTNBio aprovou 420 processos relativos a pesquisas com transgênicos, das quais 125 envolveram pesquisa de campo. No período, outros 19 pedidos de pesquisas foram indeferidos e, para 111 processos, foi solicitada diligência. Estados Unidos, Argentina e Brasil são os três países que mais cultivaram transgênicos no ano passado, na maior parte, soja. A total liberação das técnicas de produção de transgênicos, causaria uma crise na econômia de muitos países destruindo sua agricultura familiar. Este não é o caso do Brasil, que assim como os Estados Unidos e Argentina, possui características mais do que satisfatórias para o desenvolvimento desta tecnologia.

A produção de algodão aumentou muito com o plantio de cultivares Bt (consultar nossos acervos de 2005, na qual a equipe BIOTEC elaborou um conjunto de matérias sobre este tipo de milho) em varias partes do mundo. O Brasil lidera o crescimento na América do Sul com um aumento de 22%, totalizando 11,5 milhões de hectares de soja e algodão GM. A Índia está emergindo como o principal líder no cultivo de transgênicos e triplicou sua área de algodão transgênico, para 3,8 milhões de hectares. Na Europa, a Espanha continua a liderar a produção no continente, cultivando cerca de 60 mil hectares em 2006. No continente africano, a África do Sul no ano passado, teve avanços significativos no cultivo de plantas transgênicas.

   
12/03/2007
 

 © BIOTEC AHG 2023 - Todos os direitos reservados - São Paulo, Brasil.