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Tomates geneticamente modificados trazem cada vez mais benefícios à saúde humana

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Os alimentos oriundos de plantas são uma boa fonte de flavonóides, compostos importantes devido às propriedades antioxidantes. Os flavonóides podem proteger o organismo contra determinadas doenças tais como o câncer, inibindo danos causados pela oxidação devido aos radicais-livre. Publicado no Journal of Nutrition, cientistas da Alemanha e Holanda produziram um tomate geneticamente modificado (GM)apresentando maior concentração de flavonóides, e testaram seus efeitos conjuntamente com tomates selvagens, em ratos. 

Os cientistas seguiram as mudanças nos ratos a partir dos indicadores gerais de saúde, tais como o peso corporal e o consumo de alimento, e indicadores cardiovasculares de risco que incluem níveis da proteína plasmática C-reativa (CRP) e de colesterol.

Descobriram que os ratos que se alimentavam com tomate do tipo selvagem apresentaram níveis mais elevados de colesterol comparativamente aos que se alimentaram com os tomates GM. Entretanto, os ratos alimentados com tomate enriquecido de flavonóides tiveram redução significativa dos níveis CRP sendo esta uma proteína que está associada ao alto risco de doenças cardiovasculares.

Os tomates GM representam “uma tendência futura no combate aos alimentos alérgicos,” sublinharam os pesquisadores alemães. Um dos desafios principais desta luta não será a parte técnica, mas sim as atitudes e aceitação do consumidor a respeito dos organismos geneticamente modificados (GMO), particularmente na Europa. Uma estimativa de 4% de adultos e 8% de crianças na população da União Européia sofre de alergias alimentares e os GM podem ser utilizados como uma ótima ferramenta de prevenção e combate.

Ronald V. Ree, da Universidade de Amsterdã, disse que os avanços recentes na biotecnologia identificaram as moléculas específicas nos alimentos que induzem alergias. Tal conhecimento poderia também conduzir às técnicas da engenharia genética para mudar estas moléculas de modo que já não causassem uma resposta alérgica, concluiu o professor. De fato, “três alergênicos do tomate foram identificados até então, e incluídos na lista oficial dos alergênicos pela União Internacional de Sociedades Imunológicas”, disse Lien Quynh Le ao jornal de Alergia e Imunologia Clínica. 

Os investigadores usaram o RNA de interferência para silenciar dois genes (Lyc e 1.01 e Lyc e 1.02) associados com a produção de profilina, uma proteína pequena que contribui para alergia das frutas e dos vegetais. Nos tomates GM encontrou-se aproximadamente 10% dos níveis do profilina do tomate selvagem. Os extratos do tomate GM e do tipo selvagem foram preparados e 16 pessoas com alergias diagnosticadas em tomate foram recrutados para testes alérgicos. 

Os pesquisadores relatam que quando os voluntários eram sensíveis a somente um alergênico do tomate, os tomates GM melhoraram significativamente na resposta alérgica. Entretanto, quando os pacientes eram sensíveis a diversos alergênicos do tomate a resposta era menos pronunciada. Le e seus colaboradores disseram que para criar tomates verdadeiramente hipoalérgicos, a estratégia em usar RNAi teria que ser estendida ao silenciamento de múltiplos genes.

Os tomates GM, além de conterem níveis elevados de flavonóides podem agregar ainda vacinas humanas, e serem usadas contra dois dos vírus mais letais do mundo - HIV e hepatite B. Essas vacinas integradas em alimentos GM, teriam uma dupla função - nutricional e de prevenção/cura. Após o domínio da técnica de engenharia genética, estas plantas poderiam crescer e ser processadas em países pobres que necessitassem urgentemente de respostas, mas que não tem recursos para elaborar as vacinas atualmente existentes.

Um interessante trabalho sobre os efeitos dos tomates GM foi publicado na New Scientist. Rurik Salyaev, do Instituto Siberiano de Fisiologia em Plantas, na Rússia, pôs o DNA de ambos os vírus em contato com ratos. Os ratos alimentaram-se de uma solução que tinha como base os tomates geneticamente modificados e estes desenvolveram níveis elevados de anticorpos específicos para os vírus. Rosa Hammond, que colaborou na pesquisa, salientou as vantagens dessas novas vacinas: “não teríamos que refrigerar a vacina e não necessitaríamos injetá-la com agulhas, induzindo o risco da infecção em países pobres”.

  
16/01/2007
 

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