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Transgenia pode aumentar o valor nutricional do trigo

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O trigo é uma planta da família das gramíneas e do gênero Triticum, possuindo diversas espécies. O tipo de maior interesse comercial é o Triticum aestivum L. (trigo comum) utilizado na panificação e diversos tipos de alimentos, como doces e bolos. O tipo Triticum durum é mais especialmente destinado ao preparo de massas alimentícias. 

O trigo é uma das mais importantes fontes de energia na alimentação do ser humano, tendo como principais produtores mundiais a China, EUA, Índia, Canadá e Rússia, destacando-se os EUA e o Canadá como grandes exportadores e entre os importadores destacam-se a China, Índia, Rússia, Japão e Brasil. O plantio do trigo vem crescendo por vários paises pelo mundo e no  Brasil o mesmo vem ocorrendo  em estados onde antes não era comum a sua presença, como por exemplo, Bahia, Goiás, entre outros estados.

É no grão do trigo que estão armazenados os nutrientes mais importantes para a dieta do ser humano, sendo esse grão a semente da qual a planta de trigo cresce. Cada semente contém três partes distintas que são separadas durante o processo de moagem para produzir a farinha de trigo, a qual é utilizada para a produção de alimentos que são ótimas fontes de carboidratos, proteínas, vitamina-B, ferro, zinco entre outros elementos, além de fibra alimentar.    O trigo vem sendo utilizado como alimento pelo homem desde tempos remotos e com o passar do tempo foi sofrendo um processo de domesticação, passando a ser uma cultura de interesse comercial através da utilização de técnicas de melhoramento genético e de produção. Devido a importância do trigo na alimentação do ser humano, inúmeras pesquisas vêm sendo realizadas no sentido de aumentar a produtividade e a qualidade dessa gramínea.

Em uma recente pesquisa publicada na revista Science, pesquisadores americanos e israelenses identificaram um gene, denominado GPC-B1, que tem a função de aumentar os níveis de proteína, ferro e o zinco nas sementes de trigo. Segundo os pesquisadores o gene BPC-C1 deve ter perdido sua função durante o processo de domesticação desse vegetal,  ficando inativo nas espécies mais modernas.    Com o intuito de testar, se esse gene estava relacionado ao aumento dos teores de proteína, zinco e ferro nas sementes de trigo, os pesquisadores através da técnica do RNA de interferência, RNAi, desativaram o gene BPC-1. De acordo com o professor Jorge Dubcovsky da Universidade da Califórnia, os resultados foram surpreendentes, pois as plantas transgênicas avaliadas no experimento mostraram um amadurecimento tardio dos grãos e uma queda acentuada no teor de proteína, o que demonstra que esse gene é responsável por essas características nas plantas de trigo. 

Os pesquisadores chegaram a conclusão de que as espécies de trigo mais modernas têm uma cópia não funcional desse gene, e que a transferência desse gene a partir das plantas selvagens poderia aumentar os teores de proteína, ferro e zinco daquelas espécies. Algumas linhagens de trigo já estão sendo produzidas pelos pesquisadores da Universidade da Califórnia a partir de cruzamentos de plantas selvagens e modernas e não pelas técnicas de transgenia. Essa técnica se baseia na escolha das plantas a serem cruzadas a partir das suas informações genéticas.

Esses resultados põem em evidência a importância da conservação de bancos de germoplasma das espécies selvagens que podem servir de objeto de estudos para os cientistas, revelando importantes descobertas.

  
26/11/2006
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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