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Bioinseticida pode ser produzido em escala comercial

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O milho representa uma das fontes de alimento mais ricas em energia, daí a sua grande importância na alimentação humana e na alimentação animal. Os aspectos sociais e econômicos são os que se relacionam mais diretamente com a cultura do milho, o que demonstra a grande importância da utilização da biotecnologia no melhoramento genético e no controle de pragas e doenças, afim de que se possa aumentar a qualidade e a produtividade a um custo menor.         Fatores como produção e custo estão diretamente ligados ao fator ambiental, pois a preservação do meio ambiente pode ser fundamental para o sucesso ou o fracasso da lavoura.O controle de pragas e doenças das lavouras sempre foi umas das maiores preocupações dos produtores, pois o prejuízo causado por elas pode tornar o cultivo inviável economicamente. A forma mais comum e mais utilizada no combate às doenças e pragas das lavouras é o uso de defensivos agrícolas, conhecidos também por agrotóxicos, os quais além de onerar os custos de produção, agridem severamente o meio ambiente.

Uma das principais pragas que ataca as lavouras de milho e que é responsável pela redução de até 34% na produtividade, é a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda). A Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) está desenvolvendo um projeto, liderado pelo pesquisador Fernando Hercos Valicente, que tem como objetivo produzir comercialmente um bioinseticida à partir do Baculovírus, vírus existente na natureza e que infecta e mata a lagarta-do-cartucho.  

O cientista explica que para se produzir comercialmente o baculovírus certas condições devem ser oferecidas para que ele possa desenvolver-se. “Lagartas sadias são infectadas pelo vírus e reunidas em recipientes plásticos e, após dois dias são separadas individualmente, pelo fato de serem canibais”, afirma  Valicente. Após a morte das lagartas, que ocorre por volta dos cinco dias, elas são congeladas, trituradas e coadas. O material obtido é secado e moído, sendo então estabelecidas as doses em solução adequada. As etapas seguintes da pesquisa são o desenvolvimento de formulações para o baculovírus, a definição da estabilidade genética do material e o estudo de formulações mais promissoras.  

Controle Biológico e o Baculovírus

O controle biológico ocorre sempre que um organismo vivo ataca outro para sua nutrição, reprodução ou desenvolvimento. A utilização do Baculovírus como bioinseticida se deve à sua especificidade de infecção, podendo ser usado no controle biológico. Desde a década de 80 o Baculovírus anticarsia vem sendo utilizado como produto formulado e durante a década de 1990, mais de um milhão de hectares de soja foram, anualmente, pulverizados com bioinseticidas à base desse vírus, visando controlar a lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis).    Pesquisas têm sido realizadas objetivando o estudo da estabilidade do baculovírus ao longo do tempo de utilização. Amostras dos bioinseticidas foram coletadas e congeladas em todas as safras de 84/85 a 96/97 - isolados temporais -  e submetidas à análise de DNA, tendo como padrão de comparação o isolado viral utilizado como inóculo no início do programa de controle biológico da lagarta da soja. 

Esses resultados foram publicados em um Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento denominado Análise de DNA de isolados temporais de Nucleopoliedrovirus de Anticarsia gemmatalis utilizados no controle da lagarta da soja no Brasil, de autoria de Marlinda Lobo de Souza, Maria Elita Batista de Castro, Ana Maria Barros, William Sihler da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e de Flávio Moscardi da Embrapa Soja, Unidades da Emrpesa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

  
17/09/2006
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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