Logotipo Biotec AHG

Novas bactérias são identificadas no Brasil

Imprimir .
A Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” está em destaque na prestigiada revista científica Science. Um trabalho em parceria com a Universidade da Califórnia vem apresentar novas revelações sobre bactérias até então desconhecidas. O estudo que ainda se encontra em curso vem mais uma vez provar que a maioria das populações bacterianas ainda não foram descobertas pelo homem. A pesquisa faz parte do Programa Biota da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).     Centenas de antibióticos descobertos nos últimos 50 anos foram provenientes de bactérias. Recentemente, os interesses sobre os microrganismos focalizaram compostos com atividade pesticida, principalmente herbicida, inseticida e nematicidas. Das bactérias são obtidas enzimas que hidrolisam a molécula do DNA de um vírus invasor indesejável na atividade agrícola, na fermentação acética um conjunto de bactérias do gênero Acetobacter permite que muitos alimentos sejam produzidos, são utilizadas como bioindicadores na própria natureza, em sistemas de tratamento de resíduos, entre muitos outros exemplos. Muitas espécies podem estar desaparecendo sem saber sua importância para o ecossistema em geral e inclusive para o aproveitamento humano. 

O Professor Márcio Rodrigues Lambais especialista em Microbiologia e Bioquímica do Solo é coordenador da pesquisa e docente do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ. Segundo o comunicado de Lambais a Revista FAPESP, “existem cerca de 5 a 6 mil espécies de bactérias classificadas e conhecidas em todo mundo - só na Mata Atlântica o número de novas espécies identificadas no estudo podem ascender aos 13 milhões o que leva-nos a acreditar que este número pode ser muito superior”.

A forma de trabalho utilizada pelo grupo de pesquisa passou pela análise de três espécies de plantas no Estado de São Paulo: a catuaba ou catiguá (Trichilia catigua), muito conhecida por seus supostos efeitos afrodisíacos, o catiguá-vermelho (Trichilia clausenii) e a gabiroba (Campomanesia xanthocarpa) muito consumida in natura. 

A partir daí foi possível constatar que removidas as bactérias das folhas, do DNA extraído e feito o seqüenciamento os resultados moleculares apresentaram-se com grande precisão. Através da análise das seqüências do gene 16S, um segmento de DNA que só existe nas bactérias e cuja seqüência é específica para cada espécie, pode-se verificar que em cada folha pode viver um mínimo de 95 e um máximo de 671 espécies de bactérias. 

Estudos como esses são fundamentais para descobrir substâncias de interesse farmacêutico, industrial ou agrícola e como já referido acima, sua função ecológica. Com esse achado extraordinário de biodiversidade bacteriana em folhas de espécies nativas na floresta tropical atlântica usando métodos moleculares a equipe de pesquisadores já deu início a novas investigações em outras áreas da mata atlântica tais como o Parque Estadual Carlos Botelho e da Ilha do Cardoso, e em outras espécies florais segundo o Jornal Estado de São Paulo.

  
27/08/2006
 

 © BIOTEC AHG 2023 - Todos os direitos reservados - São Paulo, Brasil.