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Espécie de vírus ebola causa febre hemorrágica

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Uma equipe composta por pesquisadores do Centro de Controle de Doenças e Prevenção, situado em Atlanta (Geórgia, EUA), do Instituto de Pesquisa sobre Vírus de Uganda (África), do Ministério da Saúde de Uganda e da Universidade de Columbia descobriu e caracterizou uma nova espécie do vírus ebola. Ela recebeu, provisoriamente, o nome de Bundibugyo ebolavirus. As informações foram divulgadas, este mês, pelo jornal PLoS Pathogens. 

A análise de 29 amostras de sangue suspeitas de contaminação pelo vírus deu-se após a ocorrência de casos de febre hemorrágica, em 2007, no distrito de Bundibugyo, situado na região ocidental de Uganda. Estudos genéticos mostraram que seu genoma difere em 30% em relação ao de outras espécies do vírus ebola. Esta característica particular tornou-se um empecilho aos métodos clássicos de diagnóstico e de seqüenciamento genômico.    Desenvolvido recentemente, os pesquisadores utilizaram o piroseqüenciamento, o qual permitiu que 70% do genoma viral fosse seqüenciado. Dessa forma, foi possível desenvolver, mais rapidamente, uma análise de detecção molecular, o que propiciou a identificação do vírus como uma nova espécie.

A descoberta desse organismo e das diferenças genéticas entre ele e as outras espécies servirá de base para o desenvolvimento de novos diagnósticos, de medicamentos antivirais e de vacinas.     
 
 
O vírus ebola   
 
O ebola foi descoberto em 1976, no Sudão e em uma região próxima, chamada Zaire (atualmente conhecida como República Democrática do Congo, RDC). Sua nomenclatura é derivada do nome de um rio da RDC, o Rio Ebola.  A sua descoberta, seguiram-se outras epidemias, em 1979 e em 1995, na cidade de Mesengo, mas nenhum caso de infecção em seres humanos foi identificado fora da África.

O vírus causador da doença é da família dos filovírus, e o seu genoma é composto por um RNA, o qual fica protegido por um capsídeo (material que envolve os vírus). Existem três estirpes do vírus, o Ebola–Zaire (EBO–Z), o Ebola–Sudão (EBO–S) e o Ebola–Reston. Os sintomas iniciais da doença são febre alta, calafrios, dor de cabeça, anorexia, náusea, dor abdominal e de garganta e prostração profunda. 

Com o passar do tempo, a enfermidade pode levar a sintomas mais graves, como o exantema (erupção cutânea) de tronco, seguindo-se de manifestações hemorrágicas do tipo conjuntivite, úlceras sangrentas nos lábios e na boca, sangramento gengival, hematemese (vômito com presença de sangue) e melena (hemorragia intestinal, em que as fezes apresentam sangue). O contágio pode ocorrer pelas vias respiratórias ou pelo contato com os fluídos corporais da pessoa infectada.   

 
Detecção e isolamento

Com o objetivo de detectar e de isolar cada espécie de vírus, os pesquisadores realizaram técnicas diferentes para cada amostra. Os cientistas utilizaram o método de captura de antígenos IgG e IgM para uma descrição prévia. A tentativa de isolamento dos vírus foi feita a partir de uma linhagem de células do tipo Vero E6 e monitorada por um período de 14 dias. Por fim, os pesquisadores realizaram a extração do RNA do vírus ebola, encontrado no Zaire e no Sudão. O mesmo procedimento foi realizado com o vírus marburg, o agente causador da febre hemorrágica de Marburg.

A extração foi realizada através do método quantitativo PCR em tempo real. Essa análise tem como objetivo detectar todas as linhagens conhecidas de cada espécie de vírus. 
27/11/2008
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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