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Comércio internacional na Amazônia

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 Considerada a maior floresta tropical do mundo e com uma população de cerca de 24,7 milhões de pessoas (IBGE, 2009), a Amazônia tem um imenso e diversificado estoque de biodiversidades. Esta floresta possui variadas espécies de vegetais e animais e uma reserva gigantesca de minérios. Além de abrigar 15% da água doce não congelada do planeta e 80% deste recurso disponível em território brasileiro.

Toda essa riqueza tem chamado a atenção de diversas empresas internacionais, que se interessam em explorar todos esses recursos naturais e agrícolas da região. Esse processo de exploração é conhecido como internacionalização da Amazônia e vem causando grande polêmica. Apesar dos impactos desse processo – ambiental, social e econômico – seria um contrassenso desconsiderar a sua contribuição para a economia brasileira e desses países.

Preocupado com o desmatamento na Floresta Amazônica, o professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Joaquim José Martins Guilhoto, decidiu entender e mensurar o desmatamento proveniente da demanda global por produtos agrícolas brasileiros. O estudo foi realizado em conjunto com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, cujo resultado foi divulgado em dezembro, pela FAPESP.

O projeto teve como objetivo analisar em quais circunstâncias seria possível garantir que a abertura dos mercados agrícolas levaria à redução da pobreza e a uma maior igualdade social no Brasil. De acordo com o estudo, quando se pensa na liberalização dos mercados internacionais agrícolas, um dos temas a ser debatido é a redução da pobreza. Entretanto, pouco se sabe sobre os possíveis impactos desse processo sobre as populações pobres, nem tão pouco sobre quais são as políticas públicas que podem tornar-se necessárias para reduzir a pobreza e as desigualdades sociais.

A continuação do estudo será realizada por Guilhoto e pela professora do Departamento de Planejamento e Estudos Urbanos do MIT e economista especializada em recursos naturais e energéticos, principalmente dos Estados Unidos e da China, Karen Polenske. A formação da base de dados é a primeira fase da pesquisa, e após um intercâmbio entre orientandos dos dois pesquisadores, terá início a segunda fase, a partir da qual os dados serão analisados.

Desde a década de 90, a pesquisadora vem desenvolvendo seus estudos sobre ocupação do solo em áreas urbanas e as relações de produção, demanda de energia e o uso de recursos naturais, em países como os EUA e a China. Em entrevista à revista FAPESP, a pesquisadora informou que o objetivo é observar as mudanças da ocupação do solo em regiões rurais da Amazônia e analisar as consequências energéticas, econômicas e ambientais desse processo.

De acordo com informações dadas por Guilhoto à FAPESP, a troca de informações e conhecimento entre os pesquisadores brasileiros e norte-americanos, é de vital importância para que seja realizada a quantificação do potencial de demanda global por produtos agrícolas e minerais na região que compreende os estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Amazonas, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins.

Ambos os pesquisadores acreditam que a parceria entre as duas instituições de pesquisa, USP e MIT, será uma grande oportunidade de avanço no conhecimento nessa área, além disso, as pesquisas abrirão um novo leque de estudos, antes concentrado apenas na China, devido ao seu alto consumo de combustíveis fósseis, voltados para o Brasil, com foco em fontes renováveis.

19/02/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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