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Manejo sustentável da pesca na Amazônia

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O INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - está lançando o projeto "Biotecnologia Diagnóstica Aplicada ao Manejo e à Conservação dos Grandes Bagres Migradores de Alto Valor Comercial na Amazônia". O projeto tem como objetivo subsidiar políticas de manejo e conservação, estimando a origem do pescado comercializado em feiras e mercados utilizando-se de ferramentas biológicas.

O principal fator que impulsionou a criação desse projeto é a crescente exploração da pesca  na região amazônica, o que tem causado uma diminuição significativa, a cada ano, dos recursos pesqueiros, principalmente das espécies conhecidas como bagres. Segundo a pesquisadora Jacqueline da Silva Batista (LBTM/Inpa), essas espécies migram por uma área territorial de mais de cinco países amazônicos o que os coloca entre os maiores migradores de água doce do mundo. Essa característica faz com que a pesca desses peixes seja intensa em toda essa extensão territorial e por todos os países que a abrangem, levando a uma captura de cerca de 30 mil toneladas ao ano, afirmam os pesquisadores do Laboratório Temático de Biologia Molecular (LBTM) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT).

A comercialização desses peixes é feita em diversos estabelecimentos por toda a região amazônica, de frigoríficos a feiras livres, e em outros estados também, o que reforça a importância de se utilizar um sistema que possa rastrear a procedência desses peixes. O objetivo é de minimizar os efeitos que a captura excessiva dos mesmos podem causar na natureza. 

A ferramenta biológica utilizada pelo sistema criado pelo Inpa será o desenvolvimento de marcadores moleculares para auxílio no estudo das seqüências de DNA. A molécula de DNA será extraída de amostras de tecido, retiradas dos peixes capturados nos locais do projeto, segundo o protocolo padrão. Os marcadores moleculares a serem utilizados serão seqüências de genes mitocondriais e genotipagens de marcadores nucleares de microssatélites específicos já desenvolvidos, ou em desenvolvimento. Amplificações gênicas serão realizadas para os seqüenciamentos dos genes e para as genotipagens. “As informações obtidas ajudarão no manejo de áreas protegidas e em locais em que a pesca é proibida, e saber se cada afluente do Amazonas possui populações geneticamente distintas”, informa a pesquisadora Jacqueline Batista.

O projeto do Inpa tem entre outros objetivos, estimar qual a probabilidade de serem verdadeiras as informações obtidas acerca da origem dos peixes, e também saber em quais rios há baixos níveis de variabilidade genética dessas espécies, podendo verificar se há alguma correlação da pesca com esse baixo nível de variabilidade.  

O envolvimento de outros países amazônicos na pesca e comercialização dos peixes que por eles passam durante a migração, requer uma  ação conjunta desses com o Brasil no sentido de elaborar um plano de manejo que permita englobar medidas de conservação dos vários órgãos ambientais. A pesquisadora alerta que para se obter êxito na elaboração de estratégias de conservação e manejo, será necessário o subsídio de informações científicas sólidas, que tenham como foco principal o conhecimento do local, e/ou afluente do qual os peixes são oriundos.

Os recursos destinados ao projeto virão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) por meio do edital CT-Amazônia/CT-Energ e estão estimados em cerca de R$ 250 mil e o mesmo terá duração de 36 meses. O projeto ainda contará com a participação de profissionais e estudantes de vários níveis e de diferentes universidades da região.

  
02/01/2007
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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