Unicamp desenvolve material biodegradável |
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O Instituto de Química (IQ) da Universidade de Campinas - Unicamp - patenteou um novo material que permitirá o desenvolvimento de embalagens biodegradáveis, as quais terão grande uso na agricultura. Esta embalagem poderá ser utilizada, por exemplo, para o transporte e plantio de mudas de pequeno porte, já que a embalagem pode ser enterrada junto com a muda por ser biodegradável. A fermentação bacteriana produz um polímero chamado polihidroxibutirato - valerato (PHBV), que ao ser misturado ao lignosulfonato, um resíduo da indústria de papel, dá origem ao novo produto.A pesquisa do novo produto durou dois anos até que se chegasse a uma mistura com boas propriedades térmicas e mecânicas pela compatibilidade entre as substâncias. Para conseguir essa compatibilidade, houve a necessidade de se produzir um composto, compatibilizante, durante o processo de produção. Segundo a doutoranda Ana Paula Lemes, o uso de do PHBV ainda é muito pequeno no Brasil quando comparado com as pesquisas feitas no sentido de misturar substâncias para se atingir um efeito biodegradante. A mistura do polímero com o lignosulfato aumentou a capacidade biodegradante do PHBV, que quando testado em laboratório passou de uma perda de 3% de massa, quando testado isoladamente, para uma perda de 30% da mistura. Ao mesmo tempo que o produto tem a propriedade de ser biodegradável, ele possui a capacidade de liberar, de forma controlada, micronutrientes para as plantas. O lignosulfato tem a capacidade de levar captar íons, Fe, Zn, Cu, Mn, Mg entre outros, a formar complexos metálicos solúveis, que serão conduzidos na forma de micronutrientes para as plantas. Caso a planta necessite de um determinado íon, o mesmo pode ser adicionado à formulação para posteriormente ser liberado no solo durante a biodegradação, e utilizado pelo vegetal, esse método diminui o desperdício e a contaminação das águas.
Material biodegradável Degradabilidade A degradação é um processo pelo qual moléculas muito grandes são quebradas em menores ou em fragmentos. Normalmente, o oxigênio é incorporado a esses fragmentos moleculares. Na oxibiodegradação o plástico é convertido em fragmentos moleculares que são solúveis em água em uma reação de oxidação, posteriormente as moléculas oxidadas e de tamanho reduzido são biodegradadas pelos microorganismos, ou seja, convertidas em CO2, H2O e biomassa. Pesquisadores do IPT iniciaram em 1992 os estudos sobre fermentação com o objetivo de produzir um polímero biodegradável, em 1994 pesquisadores do Grupamento de Biotecnologia do IPT-AB-IPT, descobriram uma nova espécie de bactéria a Burkholderia sacchari que tem a capacidade de transformar açúcar em plástico. O desenvolvimento desse tipo de tecnologia é importante para diminuir a agressão ao meio ambiente, já que os plásticos derivados do petróleo geram resíduos tóxicos e levam de 40 até 200 anos para se degradarem por completo.
23/10/2006
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG |
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