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Técnica de RNAi trata doença aviária

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Desde os primeiros casos de contaminação de aves pelo Pneumovírus Aviário no Brasil, a sua ocorrência no país tem sido motivo de constante preocupação para a indústria avícola. Sob a denominação de Rinotraqueíte Aviária (ART), é possível agrupar duas síndromes respiratórias, a Rinotraqueíte dos perus (TRT) e a Síndrome da Cabeça Inchada das galinhas (SHS) que, apesar de ocorrerem em diferentes espécies aviárias, apresentam sinais clínicos e lesões similares.  Essas doenças são cada vez mais prevalentes em todas as principais regiões criadoras do país, causando elevadas perdas de produtividade e aumento dos custos com medicação.

Em aves de postura, a produção pode sofrer queda acima de 20%, com ou sem alterações na qualidade da casca. Além disto, a eclodibilidade e a mortalidade de embriões também podem ser afetadas.  As condições ambientais desfavoráveis podem exacerbar a intensidade das lesões.

O controle da ART via vacinas (vivas e inativadas) começou no Brasil somente em 1998 e, desde lá, o número de aves que têm sido rotineiramente vacinadas (em especial matrizes e perus), têm aumentado consideravelmente, face aos desafios existentes e acima de tudo aos excelentes resultados apresentados pelo programa vacinal.

Uma nova forma de imunização das aves foi testada entre os anos de 2004 e 2007, durante o doutorado da pesquisadora Helena Lage Ferreira, realizado no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O estudo teve como objetivo verificar se a técnica conhecida como RNA de interferência (RNAi) seria capaz de inibir a replicação – duplicação do DNA – do metapneumovírus aviário (AMPV).

Os resultados obtidos com a técnica foram bastante promissores, no entanto, devido ao seu alto custo este procedimento ainda não está sendo utilizado na avicultura. Em entrevista dada à Agência FAPESP, a pesquisadora comentou que as moléculas de RNA ainda não estão sendo comercializadas, porque representam uma tecnologia nova. Mas já estão em fase experimental e em breve deverão chegar às farmácias para o tratamento de doenças respiratórias em humanos.

A maioria dos vírus relacionados às doenças respiratórias em aves tem como reservatórios naturais os pulmões de aves silvestres que os transmitem às espécies comerciais, acometendo grande parte da criação. Os avicultores realizam a proteção dos animais por meio de diversas ações preventivas, mas principalmente com o uso de vacinas, originadas da Europa ou dos EUA, por esse motivo, a pesquisadora alerta para a  necessidade de verificar a eficácia delas contra os vírus encontrados no Brasil.

07/10/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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