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Bionegócio de bovinos clonados

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Em um contexto global, o progresso da biotecnologia tem ampliado o desenvolvimento de produtos e serviços, dessa forma, importantes avanços no uso de sistemas celulares na geração e no beneficiamento de pesquisas científicas, tornam-se constantes.

No Brasil, a biotecnologia teve um grande desenvolvimento no setor de agropecuária, com o advento dos vegetais geneticamente modificados, nas áreas de saúde, reprodução e melhoramento genético animal.

Uma das técnicas mais recentes e que vem sendo empregada pelos grandes pecuaristas para o melhoramento genético dos seus rebanhos, é a clonagem de bovinos. A Embrapa foi um dos primeiros e principais responsáveis pela introdução dessa tecnologia no mercado brasileiro, a qual, por meio da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia obteve em março de 2001, o primeiro clone bovino no Brasil, a bezerra da raça Simental, Vitória.

Em março de 2005 três bezerros da raça Nelore foram apresentados ao público, esses animais foram os primeiros produzidos em escala comercial, resultado da parceria feita entre a Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, campus de Pirassununga, e a empresa de biotecnologia Vitrogen.

Desde então, o comércio de animais clonados no país foi, aos poucos, se tornando uma realidade, e isso se deve, ao grande número de pesquisas nessa área, ao surgimento de empresas especializadas e a programas de incentivo criados por algumas instituições de pesquisa, como por exemplo, o projeto da FAPESP, PIPE – Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas.

Em entrevista a agência FAPESP, Henrique Camara De Bem, da Clonest, descreve como a empresa teve que se adaptar ao mercado de animais clonados. Ele comentou que após um levantamento, foi verificado que havia mercado para a clonagem de bovinos, porém a eficiência da técnica era muito baixa. Apesar disso, ele acrescentou que foi possível alcançar os objetivos de aumentar a eficiência, baixar os custos de produção e montar um laboratório independente com tecnologia e equipe brasileiras.

De acordo com De Bem o projeto consistiu de duas fases, na primeira, a empresa utilizou o espaço físico e a tecnologia do Laboratório de Morfofisiologia Molecular e Desenvolvimento da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), da Universidade de São Paulo (USP). Em 2007, na fase seguinte, após o sucesso da anterior, foi possível a implantação de uma estrutura autônoma independente com o desvinculamento da universidade, surgindo então uma nova empresa.

Posteriormente, o projeto se encaminhou para o desenvolvimento de uma estratégia comercial, assim como modificações no sistema de cultivo dos embriões. Essas mudanças visaram a otimização do processo para melhorar as taxas de blastocistos, de prenhez, de nascimento e sobrevivência, aliadas à diminuição dos custos, comentou De Bem.  Acrescentou ainda que com estas modificações, ele acredita que a empresa conquiste um status competitivo no país e no exterior.

Diversas empresas ao redor do mundo, inclusive no Brasil, atuam no mercado de clonagem animal, sendo que a maioria das atividades concentra-se na espécie bovina, embora já existam animais clonados de outras espécies, como eqüinos, caprinos, ovinos e suínos. Apesar de ser difícil precisar o número de animais clonados já produzidos por estas empresas e por institutos de pesquisa, uma estimativa realizada em 2004 detectou o nascimento de 1500 bovinos clonados. No país, até o final de 2006, cerca de 24 clones bovinos já haviam sido produzidos comercialmente e entregues com sucesso aos seus proprietários.

 

Melhoramento genético de bovinos

A clonagem na espécie bovina tornou-se uma poderosa ferramenta para acelerar os resultados em programas de melhoramento genético. Características como a prolificidade dos bovinos, em relação a outras espécies domésticas, requerem desses tipos de programas nesta espécie um maior intervalo de tempo para atingir os resultados desejados. Essa técnica possibilita intensa multiplicação dos animais geneticamente superiores, por isso permite acelerar o progresso genético e aumentar a eficiência dos programas de melhoramento, aumentando a influência dos animais excepcionais no rebanho.

O uso da clonagem de animais geneticamente superiores deve ser associado a outras biotécnicas reprodutivas, como a fertilização in vitro e a inseminação artificial, para que sejam garantidas a variabilidade dentro do rebanho e maior ganho genético entre gerações.

A procura pelos serviços de clonagem em laboratórios de biotecnologia de bovinos, pela maior parte dos pecuaristas, se deve aos programas de melhoramento e as diversas oportunidades que o mercado de genética de bovinos oferece. Além do melhoramento genético, a clonagem dos animais geneticamente superiores possibilita a maximização da produção, a venda de sêmen, de embriões e de animais chamados de elite.

26/04/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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