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Peixe-zebra é alvo dos cientistas

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Uma equipe de cientistas da Universidade Estadual de Michigan, EUA, desenvolveu uma maneira nova e mais eficiente para clonagem de peixe-zebra, uma descoberta que pode ter implicações para estudos em saúde humana. O trabalho desses pesquisadores, detalhado na revista Nature Methods, é de grande relevância ao considerar que esse peixe está se tornando rapidamente o animal de escolha para muitos experimentos.

Após os camundongos, o Danio rerio é o vertebrado mais comumente empregado em estudos genéticos, principalmente na pesquisa do câncer e de doenças cardiovasculares, pois apresenta muitos genes em comum com os seres humanos. Trata-se de um peixe teleósteo, cipriniforme, da família dos ciprinídeos, e originário da Índia Oriental e  Bangladesh. Possui cerca de cinco centímetros de comprimento, coloração geral prateada, com cinco faixas longitudinais azul-escuras. É uma espécie ovípara ornamental, muito apreciada por aquariófilos.

Por mais de 20 anos, além do foco genético, o peixe-zebra também serviu como um excelente modelo para a compreensão do desenvolvimento embrionário normal e dos defeitos de nascimento. Mais recentemente, estudos com esse animal foram ampliados para manifestar diferentes doenças humanas e para analisar a formação e as funções de populações celulares dentro dos órgãos.

Métodos anteriores de clonagem do vertebrado apresentaram taxas de sucesso muito baixa, entretanto, através da utilização do novo método elaborado pelos cientistas de Michigan, o número de peixes clonados que pôde ser obtido a partir de uma célula adulta da barbatana, ou da cauda embrionária, aumentou de 2 para 13 por cento. A técnica de clonagem normal faz uso de um óvulo e de uma célula doadora. O DNA é removido e substituído pelo material genético procedente do doador. O óvulo é então persuadido a se dividir. O peixe resultante é uma cópia exata do proprietário genético. Na técnica dos pesquisadores, o óvulo é removido do peixe-zebra fêmea e colocado em uma solução de fluido proveniente de salmão Chinook.

O procedimento contribuiu de maneira positiva, pois o ovo permaneceu inativo por algum tempo e assim os cientistas tiveram duas ou três horas disponíveis para manipulação. Utilizando uma das técnicas de fertilização in vitro para humanos, o DNA foi removido do óvulo através do emprego de laser. Em seguida, os pesquisadores elaboraram um inovador e eficiente caminho para transplantar as células do doador.

A etapa mais complexa do experimento consistiu em encontrar uma maneira de penetrar no ovo. Os cientistas fizeram uso da mesma entrada escolhida pelo esperma e que representa apenas um ponto sobre o óvulo. Os cientistas precisaram achar esse local.

A transparência dos ovos, assim como o facilitado acompanhamento do progresso embrionário, contribuiram para a decisão dos cientistas em escolher o peixe-zebra para esse experimento. Melhorias nas técnicas de clonagem do vertebrado são adicionalmente essenciais para ampliar a utilização do animal, pois, no contexto atual, somente os camundongos continuam a ser o melhor modelo para alvos genéticos. O trabalho dos pesquisadores abrange a mutação gênica, abolição completa de sua função e o estudo das consequências. Até agora, o roedor é o único animal que permite a deleção de genes de uma forma confiável.
10/09/2009
 

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